quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Como estimular os idosos em casa?

             A mãe está na cozinha, o pai no trabalho, os netos na escola e os avós na sala, diante da televisão ou fazendo tricô. A cena é comum em diversas famílias e se repete diariamente. Costuma-se excluir o idoso das atividades do dia-a-dia. Porém, esse não é o caminho para o bem-estar dele no núcleo familiar. Pelo contrário. É preciso buscar formas de estimular sua participação na vida doméstica.
            Na matéria de hoje vamos falar como você, familiar e/ou cuidadores de idosos podem estimulá-los no ambiente domiciliar.
            Em casa, a família pode estimular o idoso fazendo com que ele seja o mais independente possível, mesmo se tiver dificuldades em algumas tarefas. Veja, abaixo, algumas tarefas sugeridas. É importante lembrar que as atividades devem estar de acordo com a capacidade física de cada idoso:
·         Na cozinha, ele pode descascar uma fruta ou algo que não o coloque em risco de acidente;
·         Ir a padaria - o idoso tem a possibilidade de ver o movimento na rua e saber o que está acontecendo ao seu redor, sentindo-se inserido na sociedade;
·         Varrer a casa ou um cômodo;
·         Cuidar de um animal;
·         Arrumar armários - a família deve incentivar que ele arrume o próprio espaço;
·         Fazer compras leves;
·         Cuidar de uma horta ou de uma planta. Caso a família more em um apartamento, pode fazer uma pequena jardineira.
·        Fazer caminhadas leves – isso ajuda o idoso a fortalecer o seu corpo e ajuda na sua capacidade física e mental.

* Juliana Cristina Lopes - terapeuta ocupacional

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Grupo de Cuidadores de Idosos

Hoje iremos falar com você, cuidador!
Você cuida de um familiar idoso, com dependência física e/ou mental?
Tem encontrado dificuldade para lidar com o idoso, com a sobrecarga e os sentimentos de medo, tristeza, raiva, negação, culpa e ansiedade?
Tudo que você está sentindo é comum de acontecer quando se assume a responsabilidade de cuidar de um idoso... seja seu parente, seu conhecido... tenha você escolhido cuidar por amor, por necessidade ou obrigação.
Muitas vezes não se tem o apoio de quem gostaria, as condições que se deseja nem o reconhecimento que você mereceria, não é mesmo?
Você não é o único que passa por isso! E não precisa permanecer solitário nessa tarefa!
Pensando no seu bem-estar e do seu idoso, o CCI Aconchego tem oferecido o GRUPO DE FAMILIARES CUIDADORES DE IDOSOS. É um espaço de orientação e acolhimento, para dividir alguns problemas sobre o ato de cuidar, compartilhar experiências, espairecer e, principalmente, proporcionar um momento reservado só para você, cuidador!
            Este grupo é gratuito e pode ser freqüentado por qualquer pessoa que cuide de um familiar idoso, estando ele no Aconchego ou não!
            Então venha conhecer! O Grupo acontece quinzenalmente às terças-feiras, das 13h30 às 15h30, sob a coordenação da psicóloga da instituição.

Ligue ou nos escreva para saber mais informações!

Além disso, se você tem alguma dúvida sobre como cuidar do seu idoso ou como lidar melhor com tudo isso, mande sua pergunta que faremos muito gosto em responder!
Envie também sugestões de temas e assuntos para abordarmos aqui. O que você gostaria de saber mais?
Este espaço só tem razão de existir para alguém que consideramos muito especial: você, leitor!


* Carolina Sasso Lacase - psicóloga

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Estágios da Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer acomete inicialmente a parte do cérebro que controla a memória, o raciocínio e a linguagem. Entretanto, pode atingir inicialmente outras regiões do cérebro, comprometendo assim outras funções. A causa da doença ainda é desconhecida, existem drogas que atuam no cérebro tentando bloquear sua evolução. Mas os portadores de DA nem sempre terão os mesmos sintomas. A determinação de estágios ou fases serve como guia para ajudar os familiares/cuidadores.

Estágio Inicial: o estágio inicial da doença é freqüentemente presenciado como “processo normal do envelhecimento”. Como o desenvolvimento da doença é gradual, fica difícil identificar exatamente o seu início.
Neste estágio, a pessoa pode apresentar:
- dificuldades com linguagem;
- desorientação de tempo e espaço;
- dificuldades para tomar decisões;
- dificuldades para lembrar fatos recentes;
- perda de iniciativa e motivação
- sinais de depressão;
- perda de interesse das coisas que gostava e outras atividades.

Estágio Intermediário: com o progresso da doença, os problemas se tornam mais evidentes e restritivos.
- dificuldades com as atividades do dia-a-dia;
- esquecimento de fatos recentes e nomes das pessoas;
- maior dificuldade em administrar a casa ou negócios;
- necessita de assistência na higiene pessoal;
- maior dificuldade na comunicação verbal;
- apresenta problemas de andar sem parar;
- alterações de humor e de comportamento como agitação, agressividade, que pode ser física e/ou verbal);
- delírios (acreditar que está sendo roubado, que é traído pelo cônjuge, etc.);
- apatia;
- depressão;
- ansiedade;
- desinibição (despir-se em público, indiscrições sexuais, linguagem maliciosa, etc.).

Estágio Avançado: a dependência se torna mais severa, os distúrbios de memória são mais acentuados e o aspecto físico da doença se torna mais aparente. O portador de DA pode apresentar dificuldades para alimentar-se de forma independente, não reconhecer familiares, amigos e objetos conhecidos, dificuldade em entender o que acontece ao seu redor, dificuldade de locomoção, incontinência urinaria e fecal, comportamento inadequados em público, agressividade e agitação.

* Silmara do Amaral Tse - fisioterapeuta

domingo, 24 de outubro de 2010

Sobre Alzheimer

Numa das postagens anteriores transcrevemos trechos de uma palestra onde a autora tem o diagnóstico de Alzheimer. Nesta semana, vamos comentar um pouco mais sobre esta doença, que atinge muitos idosos e é a forma mais comum de demência.

1-     O que é demência?
Popular e erroneamente confundida com “loucura”, esclerose”, “caduquice” ou “gagá”.
A demência é uma doença que compromete:
- o estado mental: linguagem, memória, atenção, habilidades visuais e espaciais (“o que é isso”, “onde estou”);
- o comportamento, com alterações do humor, como a depressão, agitação e agressividade;
- e as atividades da vida diária, tanto básicas como tomar banho ou trocar a roupa, quanto as mais complexas como fazer compras, tomar ônibus, controlar as finanças.

2-     O que é a Doença de Alzheimer?
É uma doença do cérebro, degenerativa (que produz atrofia), progressiva, com início mais freqüente após os 65 anos. Acarreta perda de habilidades como pensar, raciocinar, memorizar, afetando as áreas da linguagem, produzindo alterações no comportamento. Nos estágios mais avançados, os idosos ficam mais dependentes, precisando de ajuda nas tarefas mais simples.

3-     Quais são os sintomas mais comuns da Doença de Alzheimer?
- perda de memória, confusão e desorientação;
- ansiedade, agitação, alucinações, delírios, desconfiança;
- alteração da personalidade e do comportamento;
- alteração do senso crítico e dificuldade em tomar decisões;
- dificuldades com as atividades da vida diária como alimentar-se e banhar-se;
- dificuldade em reconhecer familiares e amigos;
- perder-se em ambientes conhecidos;
- perda de peso, incontinência urinária e fecal;
- dificuldades com a fala e a comunicação;
- movimentos e fala repetitiva;
- distúrbios do sono;
- dependência de ajuda e cuidados.

Lembramos aos familiares e cuidadores que, ao perceberem alterações em seus idosos, procurem orientação em serviços de saúde. Quanto mais cedo você procurar ajuda, mais chances terá de obter melhores resultados no tratamento, proporcionando mais qualidade de vida ao idoso e à sua família.


* Carolina Sasso Lacase - psicóloga
* Juliana Cristina Lopes - terapeuta ocupacional
* Rossane Michelin Ferrari - assistente social

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Tipos de maus tratos

Na postagem passada começamos a falar sobre Maus Tratos. Hoje vamos explicar mais sobre os tipos de maus tratos que o idoso pode sofrer.

- Abuso físico: uso da força para obrigar o idoso a fazer o que não deseja, provocando-lhe dor, ferimentos ou morte. Podem ser atos únicos, repetitivos ou uma situação prolongada.
COMO RECONHECER? Cortes, feridas, hematomas, fraturas, sinais de ter sido contido, perda de peso, diminuição da mobilidade, confusão ou mudanças de comportamento.
- Abuso psicológico: agressões verbais ou gestuais com objetivo de humilhar, rejeitar, aterrorizar ou afastar o idoso da convivência de seu meio. Por atos ou não-ditos. Alguns exemplos: ignorar o idoso; dizer: “você já não serve para nada; você já deveria ter morrido mesmo; você já deu o que tinha que dar”.
COMO RECONHECER? Idoso quieto ou muito ansioso, aborrecido, medo, apatia, dificuldade para decidir, isolamento, depressivo, depreciativo, bater, sugar, oscilar.
- Abandono/negligência: ausência ou deserção dos familiares, instituições e responsáveis governamentais em relação à pessoa idosa. Recusa ou omissão de cuidados. Exemplos: deixar que outra instituição governe. Não prover alimentos adequados, roupa limpa, lugar seguro para morar, ausência de atenção à saúde e higiene pessoal; privação de contatos sociais; não prover recursos auxiliares quando necessário, não supervisionar as necessidade de forma a impedir danos físicos.
COMO RECONHECER? Escaras, desnutrição, desidratação, agravo do quadro, abandono de uma pessoa idosa num centro comercial ou outro lugar público.
- Abuso sexual: todo contato sexual sem consentimento, incluindo o estupro, atentado ao pudor. E não são apenas mulheres jovens e provocativas que podem ser vítimas, pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer idade.
COMO RECONHECER? Idoso amedrontado, principalmente quando tocado, irritado, agressivo. Pisaduras à volta dos seios ou das áreas genitais; doença venérea inexplicada ou infecções genitais; sangramento vaginal ou anal inexplicado; roupa interior manchada ou ensanguentada. Relato de que foi ameaçada ou violada.
- Autonegligência: conduta da pessoa idosa que ameaça sua própria saúde ou segurança, com a recusa ou o fracasso de prover a si mesmo cuidados necessários.
COMO RECONHECER? Idoso adoentado, sujo, confuso, depressivo, roupa inapropriada, falta de óculos ou aparelho auditivo, condições precárias na moradia.
- Uso abusivo de medicamentos: administração dos medicamentos por familiares, cuidadores e profissionais, de forma indevida, aumentando, diminuindo ou excluindo os medicamentos prescritos.
COMO RECONHECER? Idoso adoentado, confuso, sonolento ou agressivo.

Portanto, se você está se sentindo sobrecarregado cuidando de um idoso, a ponto de cometer maus tratos, CONVERSE, PROCURE AJUDA (familiares, amigos, serviços de saúde ou nosso Grupo de Familiares Cuidadores), TENHA UM TEMPO PARA VOCÊ, CUIDE-SE!

Se você suspeita de algum caso de maus tratos: DENUNCIE!
SILÊNCIO É CUMPLICIDADE, NOTIFICAR TAMBÉM É CUIDAR!

* Carolina Sasso Lacase - psicóloga

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A questão dos maus tratos em idosos

Nesta semana estaremos falando sobre os maus tratos para com as pessoas idosas. Você já viu cenas em que o idoso está sob os cuidados de alguém e de repente apresenta mudanças em seu comportamento, demonstra medo, etc... Pois bem, queremos dar algumas dicas sobre como identificar os maus tratos e qual atitude devemos ter se sabemos de tais situações.
1- O que são maus tratos?
São atos ou omissões que causem dano, prejuízo, aflição e/ou ameaça à saúde e bem-estar
da pessoa.
2- Com que freqüência ocorrem?
Podem ocorrer uma única vez ou se tornar repetitivo variando entre uma atitude brusca e
impensada até uma ação planejada e contínua.
3- Quais os tipos de maus tratos e as causas que levam à prática de tais atos?
Aqui citamos alguns tipos mais freqüentes como: abusos e violências físicas, psicológicas, sexuais, abandono, negligência, abusos econômicos e financeiros, omissão, violação de direitos e autonegligência.
As causas podem estar relacionados a diversas causas como conflitos familiares, um cuidador despreparado para cuidar da pessoa idosa, problemas de saúde física ou mental da pessoa cuidada ou do cuidador, cansaço físico e/ou emocional relacionado à tarefa do cuidar, problemas econômicos, etc.
4-  O que fazer?
Primeiro se você é cuidador ( familiar ou pessoa contratada para esse serviço) e percebe que não está conseguindo fazer sua tarefa adequadamente é importante que tenha consciência de que maus tratos existem e que tem um efeito destrutivo na qualidade de vida das pessoas, reflita diariamente se, mesmo sem querer, realizou algum ato que possa ser considerado como maus tratos, procurando desculpar-se junto à pessoa cuidada.

IMPORTANTE: procure ajuda quando as razões são identificadas, seja de uma equipe de saúde, Centros de convivência de Idosos que tenham atividades também de auxílio ao cuidador.

No Aconchego temos o Grupo de Cuidadores, que é um espaço de orientação e acolhimento, para dividir alguns problemas sobre o ato de cuidar, compartilhar experiências, espairecer e, principalmente, proporcionar um momento reservado só para você, familiar cuidador! O Grupo acontece quinzenalmente, às terças-feiras, das 13h30 às 15h30, coordenadora pela psicóloga.

CASO VOCÊ ASSISTA OU TENHA CONHECIMENTO DE ALGUMA FORMA DE MAUS
TRATOS À PESSOA CUIDADA, DENUNCIAR O FATO É O CAMINHO CORRETO.

REDE DE SERVIÇOS LOCAIS EM QUE AS DENÚNCIAS PODEM SER FEITAS:
- Delegacia da Mulher, Delegacias Policiais, Conselho Municipal do Idoso, Centro de Referência da Assistência (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Ministério Público.


* Rossane Michelin Ferrari - assistente social

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dia Mundial da Doença de Alzheimer

Hoje é o Dia Mundial da Doença de Alzheimer no Brasil.
Para começarmos a entender a doença, deixamos abaixo um discurso que deu abertura a um congresso que reuniu profissionais de diversas áreas e familiares de idosos. Esse texto foi escrito por uma pessoa que tem o diagnóstico de Alzheimer.
Bom dia. Sou a Dra. Alice Howland, mas não trabalho com neurologia nem com clínica geral. Meu doutorado é em psicologia. Fui professora da Universidade Harvard por 25 anos. Lecionei cadeiras de psicologia cognitiva, conduzi pesquisas no campo da lingüística e dei aulas e palestras no mundo inteiro.
 “Mas hoje não estou aqui para lhes falar como especialista em psicologia nem em linguagem. Estou aqui hoje para lhes falar como especialista na doença da Alzheimer. Não trato de pacientes, não dirijo ensaios clínicos, não estudo mutações de DNA nem oriento pacientes e seus familiares. Sou especialista nesse assunto porque, há pouco mais de um ano, fui diagnosticada com a doença de Alzheimer de instalação precoce.
“Sinto-me honrada por ter esta oportunidade de lhes dirigir a palavra hoje, na esperança de proporcionar alguma compreensão sobre o que é viver com a demência. Dentro em breve, mesmo que ainda saiba como é isso, não serei capaz de expressá-los a vocês. E, logo depois, já nem saberei que tenho demência. Portanto, o que tenho a dizer hoje vem na hora certa.
“Nós, nos primeiros estágios da doença de Alzheimer, ainda não somos completamente incompetentes. Não somos desprovidos de linguagem nem de opiniões importantes, nem de períodos extensos de lucidez. Mas já não temos competência suficiente para que nos sejam confiadas muitas demandas e responsabilidades de nossa vida anterior. Temos a sensação de não estar nem cá nem lá, como um personagem doido do Dr. Seuss numa terra bizarra. É um lugar muito solitário e frustrante para se estar.
“Já não trabalho em Harward. Já não leio nem escrevo artigos nem livros sobre pesquisas. Minha realidade é totalmente diferente do que era, não faz muito tempo. E é distorcida. As vias neurais que utilizo para compreender o que vocês dizem, o que penso e o que acontece à minha volta estão obstruídas por amilóides aderentes. Luto para encontrar as palavras que quero dizer e muitas vezes me ouço dizer as palavras erradas. Não posso confiar na minha avaliação das distâncias espaciais, o que significa, que derrubo coisas, levo muito tombos e sou capaz de me perder a dois quarteirões de casa. E minha memória de curto prazo está por um fio, um fio esgarçado.
“Estou perdendo meus ‘ontens’. Se vocês me perguntassem o que fiz ontem, o que aconteceu, o que vi, senti e ouvi, eu teria muita dificuldade para fornecer detalhes. Talvez acertasse alguns palpites. Sou excelente em matéria de palpites. Mas a realidade é que não sei. Não me lembro de ontem nem do ontem antes dele.
“E não tenho nenhum controle sobre os ‘ontens’ que conservo e os que são apagados. Não há como negociar com esta doença. Não posso oferecer a ela os nomes dos presidentes dos Estados Unidos em troca dos nomes dos meus filhos. Não posso lhe dar os nomes das capitais dos estados e conservar as lembranças de meu marido.
“Temo com freqüência o amanhã. E se eu acordar e não souber quem é o meu marido? E se não souber onde estou nem me reconhecer o espelho? Quando deixarei de ser eu mesma? Será que a parte do meu cérebro que responde por minha personalidade é vulnerável a esta doença? Ou será que minha identidade é algo que transcende neurônios, proteínas e moléculas de DNA defeituosas? Estarão minha alma e meu espírito imunes à devastação da doença de Alzheimer? Acredito que sim!
“Ser diagnosticada com esta enfermidade é como ser marcada com um A escalarte. Agora eu sou isto: uma pessoa com demência. Por algum tempo, foi assim que me defini, e é assim que os outros continuam a me definir. Mas não sou aquilo que digo ou faço, ou aquilo de que me lembro. Fundamentalmente, sou mais que isso.
“Sou esposa, mãe e amiga, e logo serei avó. Ainda sinto, compreendo e sou digna do amor e da alegria dessas relações. Ainda sou uma participante ativa da sociedade. Meu cérebro já não funciona bem, mas uso meus ouvidos para uma escuta incondicional, meus ombros para que outros chorem neles, e meus braços para abraçar outras pessoas com demência. Por meio de um grupo de apoio para doentes em estágio inicial, por meio da Rede Internacional de Apoio e Defesa da Demência, e falando com vocês aqui, hoje, estou ajudando outros pacientes com demência a conviverem melhor com ela. Não sou uma pessoa moribunda. Sou alguém que vive com a doença de Alzheimer. E quero fazê-lo tão bem quanto me for possível.
“Eu gostaria de incentivar o diagnóstico precoce, para que os médicos não presumam que as pessoas que tem problemas de memória e cognição na casa dos 40 ou 50 anos estão deprimidas, estressadas ou na menopausa. Quanto mais cedo formos corretamente diagnosticados, mais cedo poderemos iniciar a medicação, na esperança de retardar o avanço da doença e de nos mantermos num patamar estável por tempo suficiente para colher os benefícios de um tratamento melhor, ou de uma cura próxima. Ainda tenho uma esperança de cura, para mim, para meus amigos com demência, para minha filha que tem o mesmo gene mutado. Talvez eu jamais consiga recuperar o que já perdi, mas possa conservar o que tenho. E ainda tenho muito.
“Por favor, não olhem para o nosso A escalarte e nos descartem. Olhem-nos nos olhos, falem diretamente conosco. Não entrem em pânico nem encarem nossos erros como uma ofensa pessoal, porque nós erraremos. Vamos nos repetir, pôr coisas nos lugares errados e nos perder. Esqueceremos o seu nome e o que vocês disseram há dois minutos. E também tentaremos ao máximo compensar e superar nossas perdas cognitivas.
“Eu os incentivo a nos capacitarem, não a nos limitarem. Quando alguém tem uma lesão na medula espinhal, quando alguém perde um membro ou tem uma deficiência funcional por causa de um derrame, as famílias e os profissionais de saúde se empenham arduamente em reabilitar essa pessoa, em descobrir modos de ajudá-la a enfrentar e a superar os problemas, apesar de suas perdas. Colaborem conosco. Ajudem-nos a desenvolver instrumentos para funcionar, contornando nossas perdas de memória, linguagem e cognição. Estimulem a participação em grupos de apoio. Podemos ajudar uns aos outros, tanto os pacientes com demência quanto os que cuidam deles, a navegar por essa terra do nem lá nem cá do Dr. Seuss.
“Meus ontens estão desaparecendo e meus amanhãs são incertos. Então, para que eu vivo? Vivo para cada dia. Vivo o presente. Num amanhã próximo, esquecerei que estive aqui diante de vocês e que fiz este discurso. Mas o simples fato de eu vir a esquecê-lo num amanhã qualquer não significa que hoje eu não tenha vivido cada segundo dele. Esquecerei o hoje, mas isso não significa que o hoje não tem importância.
“Já não me pedem para dar palestras sobre a linguagem em universidades nem em conferências de psicologia pelo mundo afora. Mas hoje estou aqui, diante de vocês, fazendo o que espero ser a palestra mais importante da minha vida. E eu tenho a doença de Alzheimer.
“Obrigada.”
(Trecho retirado do livro “Para Sempre Alice” de Lisa Genova, Editora Nova Fronteira)

domingo, 19 de setembro de 2010

Programação da Semana do Idoso

dia 25/09: Abertura da Semana do Idoso
Exposição: “Arte não tem idade 2010”
abertura às 11h
no Teatro Municipal “Camillo Fernandez Dinucci”
visitação de 25/09 a 23/10

dia 26/09: Celebrações Religiosas em ação de graças pelo “Dia do Idoso”
em Igrejas e Templos religiosos

dia 27/09: Filme: “O Bem Amado”
às 14h30
no Cine Nelly

dia 27/09: Tribuna Livre
às 20h
na Câmara Municipal de Botucatu

dia 28/09: Oficina de Feltro
das 14 às 17 horas
no Espaço Cultural Antonio Gabriel Marão

dia 29/09: Tarde de Ações Integradas: Esporte, Lazer, Saúde e Acessibilidade
das 13 às 17 horas
no Ginásio Municipal de Esportes “Dr. Mário Covas”

dia 30/09: Tarde Festiva
às 14h30
no Centro de Lazer Nova Aurora

dia 01/10: Premiação do Concurso de Redação nas Escolas
às15 horas
na Secretaria de Educação

dia 06/10: Oficina de Argila
das 14 às 17 horas
no Espaço Cultural Antonio Gabriel Marão

dia 06/10: Teatro: “O colar de pérolas”
com o Grupo Estrela da Manhã
às 20h
no Teatro Municipal “Camillo Fernandez Dinucci”
Entrada Franca

dia 07/10: Teatro: “O Tacho”
com o Grupo Girassol
às 20h
no Teatro Municipal “Camillo Fernandez Dinucci”
Entrada Franca

dia 10/10: VI Festival “A Maturidade Dança” e III Festival de Inclusão
às 18h
no Teatro Municipal “Camillo Fernandez Dinucci”
Entrada Franca

As Unidades Básicas de Saúde apresentarão no decorrer da semana atividades específicas para os idosos.

APOIO: Auto Ônibus de Botucatu
REALIZAÇÃO: Conselho Municipal do Idoso e Prefeitura Municipal de Botucatu

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Memória?!

     Hoje vamos falar sobre um assunto que preocupa a maioria dos idosos: a memória! A memória é a capacidade de armazenamento de todas as formas de conhecimento adquirido por nós em nossas relações com o meio ambiente. É a capacidade de aprender coisas novas, relacioná-las com informações já guardadas e tirar novas conclusões, das quais nos lembraremos depois.
      É comum associar a perda de memória à idade. E achar que estamos muito mal porque a memória falha. Ficamos ansiosos, angustiados, tristes e até com raiva!
     Mas preste atenção aos sucessos da sua memória. Diariamente, todos nós nos lembramos de uma quantidade enorme de informações, mas não damos muita importância para isso, não é mesmo? Os momentos de esquecimento é que parecem sempre mais marcantes!
     Tente fazer um esforço consciente para pensar em tudo o que consegue recordar. Percebeu de quanta coisa você se lembra?! E, em situações de esquecimento, procure avaliar por que realmente não conseguiu trazer a lembrança à mente. Você prestou atenção na hora de gravar a informação? A informação é muito complexa e necessita ser revisada várias vezes?
     Antes de acusar sua memória, é bom entender por que a informação não estava disponível no momento em que você precisou dela.
     Muitas vezes, é preciso apenas praticar alguns exercícios para treinar a atenção, a concentração, a percepção e o raciocínio.

Como anda sua memória?

1. Você costuma esquecer onde guardou objetos pessoais como chaves, óculos, carteira?

2. Você esquece, demora a lembrar ou faz confusão com o nome de algumas pessoas conhecidas?

3. Quando está conversando ou contando algo lhe dá o famoso “branco”?

4. Quando está lendo tem que voltar atrás porque parece que “perdeu o fio da meada”?

5. Você não se lembra de alguns compromissos ou do que teria de comprar em algum estabelecimento?

     Se você respondeu “sim” a 2 ou mais perguntas, é importante praticar atividades para melhorar sua memória!
     Pensando nisso, o CCI Aconchego está oferecendo duas atividades no período da manhã para ativar a mente e o corpo. São a Oficina da Memória às sextas-feiras e a Dança Sênior às quintas-feiras. Ambas com duração de 4 meses, para pessoas acima dos 50 anos.
     Informe-se conosco como participar!


* Carolina Sasso Lacase - psicóloga

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mantenha o Idoso em Movimento

     As quedas em idosos são a sexta causa de mortes de idosos no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Além dos riscos e precauções para evitá-las como comentamos anteriormente, a condição física também tem contribuído para o problema das quedas.

     O organismo sofre mudanças no decorrer dos anos, principalmente da fase adulta para a terceira idade. Com a idade, ossos e músculos sofrem desgaste, que associados ainda a problemas de tontura, visão e audição, levam o idoso a imobilidade. Temos que realizar adaptações para manter o idoso ativo, mantendo a força muscular, a flexibilidade, a coordenação motora e o equilíbrio.

     Fazer exercícios físicos é uma prática fundamental na terceira idade, além das atividades melhorarem o equilíbrio e a força, proporcionam segurança para a realização das atividades de vida diárias dos idosos e com isso, reduzirem os riscos de quedas. Além da melhora física, os exercícios diminuem a ansiedade e a depressão típicas dessa fase da vida.

     Praticar atividade física não significa fazer musculação, podemos pensar em atividades do nosso cotidiano e compatíveis com a capacidade física de cada idoso. Como andar pelo quintal tomando o sol da manhã, importante para absorção de vitamina; ajudar a dobrar roupas; enxugar a louça; ou simplesmente as atividades de higiene pessoal como comer, escovar os dentes, pentear-se, vestir-se e despir-se; atividades cotidianas que acabamos realizando por eles para poupá-los, mas que devem ser estimuladas buscando certa independência ao idoso, de modo que ele se sinta capaz de cuidar-se e sentir-se útil, lembrando que sempre as atividades devem ser supervisionadas

     A condição física e motora do idoso contribui para agravamento dos quadros apresentado pelo idoso.


* Silmara do Amaral Tse - fisioterapeuta

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

 
 
 

Festa do Queijo & Vinho do CCI Aconchego
e Lançamento do Calendário 2011

Convite individual a R$60,00 - inclui: vinho, cerveja, refrigerante, água, queijos e frios.

Som ao vivo com banda durante toda a noite!

Mesa para 6 pessoas. Reserve já a sua!

Divulguem e compareçam!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Prevenindo Quedas

Na última postagem falamos sobre a queda de idosos, que é um problema de saúde pública que cresce a cada ano no Brasil.
Aproximadamente, 30% de todos os idosos caem ao menos uma vez ao ano. A freqüência de quedas é maior entre as mulheres idosas que entre os homens. No Brasil, 12% das mortes de idosos têm como causa as quedas e 75% delas ocorrem dentro de casa.
Mais de 60% dos idosos que sofreram quedas cairá de novo nos próximos seis meses, portanto cuidado!

Então, o que fazer para evitar possíveis quedas?

Medidas preventivas e de segurança, principalmente em casa devem ser observadas:

* Procure manter a casa sempre bem iluminada,

* Mantenha os fios elétricos e extensões fora da área de circulação prendendo-os, por exemplo, nas paredes,

* Retire todos os tapetes dos cômodos. Se não for possível, fixe antiderrapante neles,

* Deixe os ambientes com o mínimo de objetos possíveis, pois assim os idosos terão mais espaço livre para caminhar. Não deixe objetos soltos no chão,

* Prenda os móveis, como estantes e racks, na parede, assim eles poderão ser usados como apoio no caso de um escorregão,

* Evite encerar o piso da casa,

* Instale corrimão nos dois lados das escadas,

* Coloque faixa antiderrapante nos degraus,

* Coloque protetores nas quinas dos móveis,

* Evite prateleiras muito altas ou muito baixas. Os idosos não devem subir em bancos ou escadas,

* Mantenha uma cadeira ou poltrona no quarto para sentar quando for colocar meias, sapatos e calças,

* Utilize pisos antiderrapantes no banheiro e deixe-os sempre secos,

* Coloque barras de apoio fixas ao lado do vaso sanitário e do box,

* Idosos devem evitar andar apenas de meias pela casa,

* São recomendados os calçados com sola antiderrapante,

* Fazer visitas periódicas ao oftalmologista, para saber se o grau dos óculos estão corretos.



* Juliana Cristina Lopes - terapeuta ocupacional

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sobre as Quedas dos Idosos

Dia 29 de junho é o “Dia Mundial de Prevenção às Quedas dos Idosos”.
A população idosa vem aumentando, e a queda é um fato comum e limitante na vida dessas pessoas.

CAUSAS E RISCOS

- fios de eletricidade e de aparelhos eletrônicos soltos pelo chão;

- pisos escorregadios, ou molhados;

- tapetes e objetos espalhados pela casa;

- banheiros sem barra de apoio;

- escadas sem barra de apoio (corrimão);

- problemas de visão;

- problemas nos pés;

- doenças como labirintite, Parkinson, “derrame” (AVE), esclerose múltipla, etc;

- uso de remédios que possam alterar o equilíbrio;

- sedentarismo (falta de exercícios físicos) levando a fraqueza muscular.

Estas situações provocam quedas, que levam a incapacidades físicas, dependência e risco de morte dessa população. Uma das grandes preocupações de rede de serviços que atendem idosos e profissionais da saúde é identificar e evitar tais situações.
Vamos evitar, mas caso ocorra algum incidente com seu idoso, procure imediatamente o serviço de saúde.
LEMBRE-SE: o Estatuto do Idoso preconiza que: “O idoso tem direito à garantia de assistência à saúde nos diversos níveis do SUS” (art. 15, 17, 18)
Nós queremos você e sua família com SAÚDE. Não perca na próxima postagem a matéria sobre como organizar sua casa para evitar acidentes.

* Silmara do Amaral Tse - fisioterapeuta do CCI Aconchego

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

ACONCHEGO – UM CENTRO-DIA PARA IDOSOS SEMIDEPENDENTES


Fevereiro de 1999!


Depois de várias reuniões, de muitas pesquisas, de levantamento e convocação de interessados, um grupo de profissionais inicia junto ao Centro de Saúde Escola o 1º Curso para Cuidadores de Idosos. Foi dado, assim, o pontapé inicial para o que seria o nosso ACONCHEGO! Pois é, já no segundo curso começou-se discutir a necessidade de se ter um espaço onde os idosos semidependentes pudessem passar parte do dia, permitindo assim que seus familiares-cuidadores “continuassem tocando suas vidas”, mas, que ao mesmo tempo mantivessem os laços familiares, isto é, recebessem seus idosos em casa ao anoitecer.

Pensávamos todos os iniciantes:- será que vamos conseguir? Não temos um local apropriado para receber os idosos, não temos pessoas com experiência neste tipo de cuidado e mais importante (?) não temos um tostão! Mas era um grupo de fibra e “arretado”, um grupo que entrou com a cara e a coragem e contou desde o início com o apoio de muita gente amiga.

Junho de 2000

Em mais alguns meses conseguimos o local – uma pré escola desativada virou um local de atenção ao idoso semidependente. Até parece intencional (um retrato local que exemplifica o que a população brasileira vivencia na atualidade, ou seja, o aumento proporcional da população idosa em relação à infantil, demandando maior espaço de atenção ao idoso).

Aos poucos passamos a agregar voluntários, cuidadores treinados, técnicos e, o número de idosos também aumentou rapidamente (não tanto quanto o necessário – nossa fila de espera nunca parou de crescer). Nossa preocupação se estendeu desde o início a atenção a familiares (acolhimento, informação, orientação de direitos) e à formação de recursos humanos na área, através de organização de cursos para cuidadores, estágio para alunos de fisio, enfermagem, nutrição, espaço para pesquisa na área de gerontologia/geriatria.

Hoje, 10 anos depois, o CCI Aconchego conta com uma equipe bem estruturada, composta por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicóloga, assistente social e fonoaudióloga, que realiza atividades e atendimentos aos idosos. Há também cuidadoras treinadas para acompanhar os idosos durante as atividades e nutricionistas responsáveis pela elaboração do lanche servido a eles. As famílias também são atendidas e recebem orientações sobre como enfrentar as dificuldades para lidar com o idoso e como buscar suporte nos serviços do município. Se o idoso estiver acamado, parte da equipe vai até sua casa para realizar acompanhamento do caso.

Além de atender idosos semidependentes e seus familiares, o Aconchego atualmente está oferecendo atividades no período da manhã para adultos acima dos 50 anos e idosos independentes. Toda terça-feira acontece a Oficina da Voz para trabalhar a comunicação, prevenir a rouquidão e problemas da fala; na sexta é dia de exercitar a memória, a atenção e o raciocínio na Oficina da Memória. A partir de agosto também haverá a Dança Sênior, toda quinta-feira, para ativar o corpo e a mente de maneira alegre e tranqüila.

Então, nossa meta agora é ampliar a instituição para atender quem está em lista de espera pelo Aconchego e a população que está entrando nesta fase da vida, buscando o envelhecimento ativo e saudável.

* Nair Isabel Lapenta de Oliveira - coordenadora técnica do CCI Aconchego