terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dia Mundial da Doença de Alzheimer

Hoje é o Dia Mundial da Doença de Alzheimer no Brasil.
Para começarmos a entender a doença, deixamos abaixo um discurso que deu abertura a um congresso que reuniu profissionais de diversas áreas e familiares de idosos. Esse texto foi escrito por uma pessoa que tem o diagnóstico de Alzheimer.
Bom dia. Sou a Dra. Alice Howland, mas não trabalho com neurologia nem com clínica geral. Meu doutorado é em psicologia. Fui professora da Universidade Harvard por 25 anos. Lecionei cadeiras de psicologia cognitiva, conduzi pesquisas no campo da lingüística e dei aulas e palestras no mundo inteiro.
 “Mas hoje não estou aqui para lhes falar como especialista em psicologia nem em linguagem. Estou aqui hoje para lhes falar como especialista na doença da Alzheimer. Não trato de pacientes, não dirijo ensaios clínicos, não estudo mutações de DNA nem oriento pacientes e seus familiares. Sou especialista nesse assunto porque, há pouco mais de um ano, fui diagnosticada com a doença de Alzheimer de instalação precoce.
“Sinto-me honrada por ter esta oportunidade de lhes dirigir a palavra hoje, na esperança de proporcionar alguma compreensão sobre o que é viver com a demência. Dentro em breve, mesmo que ainda saiba como é isso, não serei capaz de expressá-los a vocês. E, logo depois, já nem saberei que tenho demência. Portanto, o que tenho a dizer hoje vem na hora certa.
“Nós, nos primeiros estágios da doença de Alzheimer, ainda não somos completamente incompetentes. Não somos desprovidos de linguagem nem de opiniões importantes, nem de períodos extensos de lucidez. Mas já não temos competência suficiente para que nos sejam confiadas muitas demandas e responsabilidades de nossa vida anterior. Temos a sensação de não estar nem cá nem lá, como um personagem doido do Dr. Seuss numa terra bizarra. É um lugar muito solitário e frustrante para se estar.
“Já não trabalho em Harward. Já não leio nem escrevo artigos nem livros sobre pesquisas. Minha realidade é totalmente diferente do que era, não faz muito tempo. E é distorcida. As vias neurais que utilizo para compreender o que vocês dizem, o que penso e o que acontece à minha volta estão obstruídas por amilóides aderentes. Luto para encontrar as palavras que quero dizer e muitas vezes me ouço dizer as palavras erradas. Não posso confiar na minha avaliação das distâncias espaciais, o que significa, que derrubo coisas, levo muito tombos e sou capaz de me perder a dois quarteirões de casa. E minha memória de curto prazo está por um fio, um fio esgarçado.
“Estou perdendo meus ‘ontens’. Se vocês me perguntassem o que fiz ontem, o que aconteceu, o que vi, senti e ouvi, eu teria muita dificuldade para fornecer detalhes. Talvez acertasse alguns palpites. Sou excelente em matéria de palpites. Mas a realidade é que não sei. Não me lembro de ontem nem do ontem antes dele.
“E não tenho nenhum controle sobre os ‘ontens’ que conservo e os que são apagados. Não há como negociar com esta doença. Não posso oferecer a ela os nomes dos presidentes dos Estados Unidos em troca dos nomes dos meus filhos. Não posso lhe dar os nomes das capitais dos estados e conservar as lembranças de meu marido.
“Temo com freqüência o amanhã. E se eu acordar e não souber quem é o meu marido? E se não souber onde estou nem me reconhecer o espelho? Quando deixarei de ser eu mesma? Será que a parte do meu cérebro que responde por minha personalidade é vulnerável a esta doença? Ou será que minha identidade é algo que transcende neurônios, proteínas e moléculas de DNA defeituosas? Estarão minha alma e meu espírito imunes à devastação da doença de Alzheimer? Acredito que sim!
“Ser diagnosticada com esta enfermidade é como ser marcada com um A escalarte. Agora eu sou isto: uma pessoa com demência. Por algum tempo, foi assim que me defini, e é assim que os outros continuam a me definir. Mas não sou aquilo que digo ou faço, ou aquilo de que me lembro. Fundamentalmente, sou mais que isso.
“Sou esposa, mãe e amiga, e logo serei avó. Ainda sinto, compreendo e sou digna do amor e da alegria dessas relações. Ainda sou uma participante ativa da sociedade. Meu cérebro já não funciona bem, mas uso meus ouvidos para uma escuta incondicional, meus ombros para que outros chorem neles, e meus braços para abraçar outras pessoas com demência. Por meio de um grupo de apoio para doentes em estágio inicial, por meio da Rede Internacional de Apoio e Defesa da Demência, e falando com vocês aqui, hoje, estou ajudando outros pacientes com demência a conviverem melhor com ela. Não sou uma pessoa moribunda. Sou alguém que vive com a doença de Alzheimer. E quero fazê-lo tão bem quanto me for possível.
“Eu gostaria de incentivar o diagnóstico precoce, para que os médicos não presumam que as pessoas que tem problemas de memória e cognição na casa dos 40 ou 50 anos estão deprimidas, estressadas ou na menopausa. Quanto mais cedo formos corretamente diagnosticados, mais cedo poderemos iniciar a medicação, na esperança de retardar o avanço da doença e de nos mantermos num patamar estável por tempo suficiente para colher os benefícios de um tratamento melhor, ou de uma cura próxima. Ainda tenho uma esperança de cura, para mim, para meus amigos com demência, para minha filha que tem o mesmo gene mutado. Talvez eu jamais consiga recuperar o que já perdi, mas possa conservar o que tenho. E ainda tenho muito.
“Por favor, não olhem para o nosso A escalarte e nos descartem. Olhem-nos nos olhos, falem diretamente conosco. Não entrem em pânico nem encarem nossos erros como uma ofensa pessoal, porque nós erraremos. Vamos nos repetir, pôr coisas nos lugares errados e nos perder. Esqueceremos o seu nome e o que vocês disseram há dois minutos. E também tentaremos ao máximo compensar e superar nossas perdas cognitivas.
“Eu os incentivo a nos capacitarem, não a nos limitarem. Quando alguém tem uma lesão na medula espinhal, quando alguém perde um membro ou tem uma deficiência funcional por causa de um derrame, as famílias e os profissionais de saúde se empenham arduamente em reabilitar essa pessoa, em descobrir modos de ajudá-la a enfrentar e a superar os problemas, apesar de suas perdas. Colaborem conosco. Ajudem-nos a desenvolver instrumentos para funcionar, contornando nossas perdas de memória, linguagem e cognição. Estimulem a participação em grupos de apoio. Podemos ajudar uns aos outros, tanto os pacientes com demência quanto os que cuidam deles, a navegar por essa terra do nem lá nem cá do Dr. Seuss.
“Meus ontens estão desaparecendo e meus amanhãs são incertos. Então, para que eu vivo? Vivo para cada dia. Vivo o presente. Num amanhã próximo, esquecerei que estive aqui diante de vocês e que fiz este discurso. Mas o simples fato de eu vir a esquecê-lo num amanhã qualquer não significa que hoje eu não tenha vivido cada segundo dele. Esquecerei o hoje, mas isso não significa que o hoje não tem importância.
“Já não me pedem para dar palestras sobre a linguagem em universidades nem em conferências de psicologia pelo mundo afora. Mas hoje estou aqui, diante de vocês, fazendo o que espero ser a palestra mais importante da minha vida. E eu tenho a doença de Alzheimer.
“Obrigada.”
(Trecho retirado do livro “Para Sempre Alice” de Lisa Genova, Editora Nova Fronteira)

domingo, 19 de setembro de 2010

Programação da Semana do Idoso

dia 25/09: Abertura da Semana do Idoso
Exposição: “Arte não tem idade 2010”
abertura às 11h
no Teatro Municipal “Camillo Fernandez Dinucci”
visitação de 25/09 a 23/10

dia 26/09: Celebrações Religiosas em ação de graças pelo “Dia do Idoso”
em Igrejas e Templos religiosos

dia 27/09: Filme: “O Bem Amado”
às 14h30
no Cine Nelly

dia 27/09: Tribuna Livre
às 20h
na Câmara Municipal de Botucatu

dia 28/09: Oficina de Feltro
das 14 às 17 horas
no Espaço Cultural Antonio Gabriel Marão

dia 29/09: Tarde de Ações Integradas: Esporte, Lazer, Saúde e Acessibilidade
das 13 às 17 horas
no Ginásio Municipal de Esportes “Dr. Mário Covas”

dia 30/09: Tarde Festiva
às 14h30
no Centro de Lazer Nova Aurora

dia 01/10: Premiação do Concurso de Redação nas Escolas
às15 horas
na Secretaria de Educação

dia 06/10: Oficina de Argila
das 14 às 17 horas
no Espaço Cultural Antonio Gabriel Marão

dia 06/10: Teatro: “O colar de pérolas”
com o Grupo Estrela da Manhã
às 20h
no Teatro Municipal “Camillo Fernandez Dinucci”
Entrada Franca

dia 07/10: Teatro: “O Tacho”
com o Grupo Girassol
às 20h
no Teatro Municipal “Camillo Fernandez Dinucci”
Entrada Franca

dia 10/10: VI Festival “A Maturidade Dança” e III Festival de Inclusão
às 18h
no Teatro Municipal “Camillo Fernandez Dinucci”
Entrada Franca

As Unidades Básicas de Saúde apresentarão no decorrer da semana atividades específicas para os idosos.

APOIO: Auto Ônibus de Botucatu
REALIZAÇÃO: Conselho Municipal do Idoso e Prefeitura Municipal de Botucatu

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Memória?!

     Hoje vamos falar sobre um assunto que preocupa a maioria dos idosos: a memória! A memória é a capacidade de armazenamento de todas as formas de conhecimento adquirido por nós em nossas relações com o meio ambiente. É a capacidade de aprender coisas novas, relacioná-las com informações já guardadas e tirar novas conclusões, das quais nos lembraremos depois.
      É comum associar a perda de memória à idade. E achar que estamos muito mal porque a memória falha. Ficamos ansiosos, angustiados, tristes e até com raiva!
     Mas preste atenção aos sucessos da sua memória. Diariamente, todos nós nos lembramos de uma quantidade enorme de informações, mas não damos muita importância para isso, não é mesmo? Os momentos de esquecimento é que parecem sempre mais marcantes!
     Tente fazer um esforço consciente para pensar em tudo o que consegue recordar. Percebeu de quanta coisa você se lembra?! E, em situações de esquecimento, procure avaliar por que realmente não conseguiu trazer a lembrança à mente. Você prestou atenção na hora de gravar a informação? A informação é muito complexa e necessita ser revisada várias vezes?
     Antes de acusar sua memória, é bom entender por que a informação não estava disponível no momento em que você precisou dela.
     Muitas vezes, é preciso apenas praticar alguns exercícios para treinar a atenção, a concentração, a percepção e o raciocínio.

Como anda sua memória?

1. Você costuma esquecer onde guardou objetos pessoais como chaves, óculos, carteira?

2. Você esquece, demora a lembrar ou faz confusão com o nome de algumas pessoas conhecidas?

3. Quando está conversando ou contando algo lhe dá o famoso “branco”?

4. Quando está lendo tem que voltar atrás porque parece que “perdeu o fio da meada”?

5. Você não se lembra de alguns compromissos ou do que teria de comprar em algum estabelecimento?

     Se você respondeu “sim” a 2 ou mais perguntas, é importante praticar atividades para melhorar sua memória!
     Pensando nisso, o CCI Aconchego está oferecendo duas atividades no período da manhã para ativar a mente e o corpo. São a Oficina da Memória às sextas-feiras e a Dança Sênior às quintas-feiras. Ambas com duração de 4 meses, para pessoas acima dos 50 anos.
     Informe-se conosco como participar!


* Carolina Sasso Lacase - psicóloga

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mantenha o Idoso em Movimento

     As quedas em idosos são a sexta causa de mortes de idosos no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Além dos riscos e precauções para evitá-las como comentamos anteriormente, a condição física também tem contribuído para o problema das quedas.

     O organismo sofre mudanças no decorrer dos anos, principalmente da fase adulta para a terceira idade. Com a idade, ossos e músculos sofrem desgaste, que associados ainda a problemas de tontura, visão e audição, levam o idoso a imobilidade. Temos que realizar adaptações para manter o idoso ativo, mantendo a força muscular, a flexibilidade, a coordenação motora e o equilíbrio.

     Fazer exercícios físicos é uma prática fundamental na terceira idade, além das atividades melhorarem o equilíbrio e a força, proporcionam segurança para a realização das atividades de vida diárias dos idosos e com isso, reduzirem os riscos de quedas. Além da melhora física, os exercícios diminuem a ansiedade e a depressão típicas dessa fase da vida.

     Praticar atividade física não significa fazer musculação, podemos pensar em atividades do nosso cotidiano e compatíveis com a capacidade física de cada idoso. Como andar pelo quintal tomando o sol da manhã, importante para absorção de vitamina; ajudar a dobrar roupas; enxugar a louça; ou simplesmente as atividades de higiene pessoal como comer, escovar os dentes, pentear-se, vestir-se e despir-se; atividades cotidianas que acabamos realizando por eles para poupá-los, mas que devem ser estimuladas buscando certa independência ao idoso, de modo que ele se sinta capaz de cuidar-se e sentir-se útil, lembrando que sempre as atividades devem ser supervisionadas

     A condição física e motora do idoso contribui para agravamento dos quadros apresentado pelo idoso.


* Silmara do Amaral Tse - fisioterapeuta

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

 
 
 

Festa do Queijo & Vinho do CCI Aconchego
e Lançamento do Calendário 2011

Convite individual a R$60,00 - inclui: vinho, cerveja, refrigerante, água, queijos e frios.

Som ao vivo com banda durante toda a noite!

Mesa para 6 pessoas. Reserve já a sua!

Divulguem e compareçam!